segunda-feira, 21 de março de 2011

Epílogo



























Bom, pessoal, aqui me despeço deste blog, confessando que me deu vontade de seguir com algum outro. Gostei da experiência de escrever quase todos os dias sobre assuntos ou aspectos diferentes da realidade ao meu redor.

Fazendo uma avaliação geral da viagem ao Marrocos, que não foi, de forma alguma, simplesmente uma viagem a um lugar externo mas também uma viagem para dentro, que me permitiu perceber mais algumas coisas de mim, me parece que não enfatizei o quanto merecia a beleza que nos rodeava por onde andávamos. O Marrocos é lindo. Em múltiplos aspectos.

Vimos paisagens deslumbrantes, regiões de montanhas imponentes e de campos dignos da Toscana e por todas as cores que a terra pode mostrar. Estivemos em lugares dos quais jamais vamos nos esquecer. Conhecemos pessoas e vivemos situações que nos estimularam imensamente a entrar em contato com a realidade. E quanto à arquitetura, que é uma arte que eu tanto aprecio, tenho dúvidas se as fotos que postamos (e as que eu tenho a intenção de dar-lhes como minha homenagem a este lugar que nos inspirou tanto) são capazes de retratar. Confesso em nosso nome: adoramos fotografar no Marrocos.

A delicada imponência da mesquita Hassan II, em Casablanca, o passeio pela costa ao sul, passando pelo charme de Essaouira, com sua ampla praia e seu souk intimista e simpático; a potência de uma costa atlântica revelada tanto em praias de ondas incríveis quanto na impactante caverna de Hércules, onde o mar arrebenta em espumas dentro da rocha; a cidadezinha tetéia, suave e divertida de Ouarzazate, um desses lugares que, por mais que seja absurdo, dá vontade de viver, de estar por ali; o forte divisor não de águas mas de terras que é o Atlas, uma espécie de deus da geografia marroquina; a divertidíssima e encantadora experiência de estar em Marrakech, uma cidade que merece ser um símbolo, especialmente para aqueles que estão mais pra lá do que pra cá (entenda por isso o que quiseres... como o melhor, por exemplo!); Meknes, jóia à vista; Fes, jóia difícil de perscrutar; e Tanger, onde acabamos por viver as experiências mais interessantes da viagem; olhando de agora, me fazem afirmar aquilo que minha mais que amiga comentou logo de cara: Uma viagem dos sonhos.

Não elimino nada dos percalsos. Eles houveram. Mas a verdade é a única realidade. Ou fazemos dos percalsos um adubo ou são apenas uma merda. Gosto da terra (acho que já deu para perceber por meus comentários aqui), aprendi a gostar de adubar, ao invés de ficar parado na merda. Não pensem que foi todo o tempo fácil. Foi bom. Foi muito bom.

Minha despedida, como não poderia deixar de ser, tenta ser um escancaro de beleza. Desfruta!
Despeço-me com saudade. Ou não me despeço?

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