terça-feira, 12 de março de 2013

Essaouíra: praias, kites e camelos


O trajeto de Casablanca até Essaouíra pode ser feito pelo litoral, a paisagem é um mix de mar e deserto deslumbrante, com as clássicas construções marroquinas em tons de ocre. Essaouíra tem cheiro de mar e brisa constante, como toda cidade litorânea. O negócio é que tem dias em que essa brisa se transforma em vendaval, que é quando os praticantes de esportes de vento se divertem: velas coloridas de kitesurfs, windsurfs e veleiros destoam do azul do mar e da preguiça dos camelos.


Se o seu quarto for frente ao mar, uma taça de vinho e uma noite estreladíssima lhe aguarda na varanda. Para os adeptos de um lifestyle mais fitness, correr em Essaouíra é tranquilíssimo, tanto na areia quanto na orla. É uma ótima forma de conhecer outros pontos da cidade. Se for mulher, é possível que role um assédio, afinal eles não estão acostumados a ver calças justas. Nem dê bola. Ignore completamente, já que os marroquinos são de falar, mas não fazem nada. Seguida por olhares fortes e gestos obscenos fui deslizando pelas areias entre as gaivotas, os fortes, o antigo cais e a entrada da Medina. Na outra margem, um rio desembocando no mar, camelos descansando e os esportistas se preparando para um dia fantástico.



É um lugar muito fácil de visitar, pois se pode fazer tudo a pé, já que a Medina é super acessível, perto dos hotéis: um grande labirinto de cores, cheiros, diversidade de produtos, ruas sem saída, praças, restaurantes, corredores, becos e muito mais assédio dos homens. Cada um dos vendedores tenta nos seduzir: para dentro das lojas ou para sua cama, aquilo que ele conseguir... ou aquilo que você quiser! As compras são preciosas, encontram-se ali coisas não vistas em outros lugares, mais sofisticadas, diferentes. Esta Medina em específico tem um tamanho que fica sob controle, não há necessidade de guia, pois o mar é sempre referência. Mesmo assim, ao seguir uma plaquinha que dizia “livros”, me perdi do grupo. E assim, completamente perdida, é que dou de cara comigo mesma e adoro a sensação. Perder-se é mesmo, para mim, a melhor forma de se encontrar. 




Antigos hippies circulam por toda parte fumando seu haxixe ao ar livre, mesmo em restaurantes. A vida parece tão linda e simples, e todas as diferenças convivem em perfeita harmonia: burcas, surfistas, tarados, camelos. Nosso hotel era o La Medina Talassa & Spa, com um delicioso hamman (SPA) e confortáveis áreas comuns. Estava muito frio para entrar na piscina, mas as fotos ficaram incríveis, com seu sol que faz explodir o azul do céu em contraste com o ocre da arquitetura e o verde das tamareiras.




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